Viajamos até Valença/BA, cidade onde deixamos a moto e pegamos o barco para Morro de São Paulo e Boipeba. Vem ver como foi a viagem de ida e volta pelas estradas de Minas e Bahia.

Viagem de ida

Foram 1.500km em 3 dias, pegando desde chuva e frio até sol e calor escaldante na estrada.
Essa foi nossa rota:

Belo Horizonte > Teófilo Otoni: 448km

Nosso planejamento era sair no dia 17 de janeiro, porém o dia amanheceu super frio e com chuva fina. Resolvemos esperar, negociar algumas diárias já reservadas e sair na segunda dia 18.

Saímos às 7h e pegamos um chuvisco fino e muita lama na estrada. Isso mais a a situação péssima da BR 381 até o Vale do Aço tornou a viagem lenta e cansativa.

Chegamos em torno de 17h em Teófilo Otoni e ficamos no hotel Beira Rio, bem pertinho da saída pra rodovia. A diária foi R$ 108 (com café da manhã) e achamos muito bom para passar a noite.
Dica: quase não há opções de comer perto do hotel, mas tem uma padaria ao lado dele com lanches muito bons!

Teófilo Otoni > Camacã: 564km

Nosso planejamento era seguir para Trancoso e passar um dia descansando antes de subir até Valença. Porém, como saímos um dia depois, tivemos que adiar essa diária e encurtar a viagem em um dia, pois nossas outras diárias estavam todas reservadas.

Saímos debaixo de chuva de Teófilo Otoni e deprimidos com o mau tempo. Porém, assim que passamos a divisa de Minas com a Bahia, o calor e a seca dominaram o tempo. Rodamos 560km sob um calor escaldante e não vamos mentir: foi sofrido!

Escolhemos dormir em Camacã, cidadezinha logo depois de Eunápolis, próxima da rodovia 101. Logo na entrada dessa cidade há várias pousadas. Escolhemos uma das primeiras: Pousada Beverlly Rios (sim, assim mesmo :p). Pagamos R$ 80, preço justíssimo (sem café), com quarto arrumadinho e ar condicionado.

A cidade, por outro lado, muito estranha: saímos para procurar um lugar para comer e não havia nenhuma lanchonete ou restaurante no centro. Acabamos comendo numa padaria mesmo. O clima de cidade de terror ficou por conta dos alto falantes nos postes, que transmitiam a missa da igreja e tocavam músicas sacras. Na volta para o hotel, nos perdemos e eu (claro) comecei a pensar desgraças, ainda mais com essa trilha sonora à lá “Colheita Maldita” de fundo.

Camacã > Valença: 283km

Chegamos em Valença no dia 20. A viagem foi tranquila, porém pegamos um trajeto passando por Camamu que cortava várias cidadezinhas menores. Pedimos informação em um lugar e a pessoa nos disse que levaríamos uns 40min para chegar até Valença. Foram os 40min mais 1h. A estrada passava por dentro de 5243 cidades com uns 240 quebra molas cada uma. Foi difícil 😛

Vamos falar mais sobre Valença em outro post, mas, pra resumir, a cidade parece um mini país asiático. O trânsito é igualzinho ao que vemos em lugares tipo Índia: carros, ônibus, bicicletas, motos, pessoas, carroças, tudo ao mesmo tempo no meio da rua. Assim que chegamos, já fomos abordados por um guia de bicicleta que insistiu pra segui-lo até um estacionamento. Até tentou fechar a moto pra gente parar.

Seguimos direto para a pousada Catamarã, que já tínhamos reservado. Pagamos R$ 140 na diária com café. Também combinamos de deixar a moto no estacionamento deles enquanto ficávamos em Morro de São Paulo e Boipeba. Pagamos R$ 10 a diária.


Viagem de volta

Passar 11 dias em ilhas onde tudo é muito perto, não há carros e onde passamos praticamente todo o tempo de biquíni e sunga foi maravilhoso! Ficamos até mal acostumados quando voltamos pra pegar a moto, vestimos 522 roupas e começamos a volta. 😛

Uma coisa que nos cansou muuuito nas duas vezes que fomos pra Bahia foi o calor. De 12h em diante é praticamente impossível viajar, o sol e o abafamento são absurdos. Pra completar, nós dois estávamos com o estômago ruim e indispostos. Cada parada na estrada a gente quase ficava pra dormir rs.

Uma dica que vale falar é: tente comer bem! CLARO que comemos coxinha e todo tipo de gordice, mas passar 20 dias comendo só isso não dá. Ainda assim, tendo o cuidado de comer em lugares bons e evitar comidas gordurosas ou que estragam fácil, foi a viagem em que mais passamos mal de estômago :(. Alguns de nossos lanches pela estrada:

Valença > Trancoso: 532km

Saímos de Boipeba dia 1° de fevereiro. Pegamos o barco das 6h e chegamos em Valença às 7h. Buscamos a moto no hotel e nos preparamos pra começar a viagem. Dessa vez, demos uma pequena volta passando por Gandu, para evitar passar por dentro de muitas cidades. Apesar de um pouco mais longe, a viagem rendeu muito mais.

Não estava em nossos planos ficar em Trancoso na volta, mas como tínhamos uma diária já paga porque não paramos na ida, fomos pra lá mesmo.

Passamos 2 noites na cidade na pousada Recanto da Vila. Apesar do preço bom (pagamos R$120 na diária com café), não recomendamos. Falamos mais sobre Trancoso e a pousada no próximo post.

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Trancoso > Nanuque: 347km

Não tínhamos planejado em qual cidade iriamos dormir na volta. Acabamos chegando em Nanuque umas 16h e resolvemos dormir por lá mesmo, pois Adriano estava passando mal e o calor estava simplesmente insuportável. A cada parada ficávamos uma meia hora descansando e tentando arrumar forças pra andar mais uns quilômetros.

Ficamos na Pousada Casa Bella, logo na entrada da cidade. Pagamos R$ 100 na diária com café. O dono era um apaixonado por motos e nos recebeu super bem! O lugar é ótimo pra passar a noite (só não há restaurantes perto, mas nos viramos com um delivery).

Nanuque > Ipatinga: 423km

Nosso planejamento de ida e volta dessa vez foi cheio de imprevistos. De Nanuque iríamos passar um dia em Timóteo na casa de amigos. Mas, alguns minutos antes de sairmos do hotel, eles precisaram desmarcar.

Sem rumo, pegamos a estrada e decidimos ficar num hotel maravilhoso no caminho pra compensar. Apesar de serem 600km até BH, não tínhamos ânimo pra viajar isso tudo com calor e enfrentando a BR 381 infernal.

Em Governador Valadares, ao invés de seguirmos a BR 381 até Ipatinga, caímos sem querer na BR 116. A distância é um pouquinho maior, mas o movimento é bemmm menor. Vale a pena!

Em Ipatinga ficamos no San Diego Suites. Pagamos R$ 180 na diária, com direito a quarto imenso e piscina \o/

Nossa chegada foi épica: primeiro que chegamos numa moto enorme e toda equipada na porta de um hotel super chique e corporativo. Entramos acabados, com baús nas mãos, de bota, sujos e carregando mil coisas na recepção imensa e toda arrumadinha.

O atendente nos segurou alguns minutos explicando mil coisas e a gente louco pra chegar no quarto. Assim que entramos no elevador, Adriano me conta que estava com dor de barriga. Saímos correndo pro quarto e eu só conseguia rir dele correndo desesperado pro banheiro. Infelizmente não deu nem tempo de filmar nossa chegada triunfante no hotel mais chique da viagem, haha.

Ipatinga > Belo Horizonte: 215km

O último trecho da viagem foi tranquilo e rápido. Chegamos em BH dia 5 de fevereiro. Mas, como nossa viagem foi atribulada dessa vez, ainda aconteceu uma: chegando em BH, fui picada por uma abelha/marimbondo na mão. Por bobeira minha estava sem luva e só senti uma queimação horrível na hora como se uma pedrinha tivesse batido. Tinha que ser COM EMOÇÃO! 😛

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E foram assim nossos 3.000km e 7 dias a bordo da BMW Sertão.

 

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