Em janeiro desse ano, resolvemos nos aventurar em nossa primeira viagem longa de moto. Decidimos ir de Belo Horizonte até Itacaré, na Bahia. Hoje vamos contar sobre a primeira cidade em que paramos: Conceição da Barra, no Espírito Santo.
Saímos de BH rumo à Governador Valadares, por onde seguiríamos até Conceição da Barra, no Espírito Santo. A BR 381 até Valadares foi um inferno. Movimento, carretas, motoristas desesperados…
Depois que passamos por Valadares, ainda seguindo pela 381, o movimento melhorou um pouco e passamos por cidadezinhas menores até o Espírito Santo.
Durante a viagem, conhecemos histórias de várias pessoas pelo caminho. É engraçado como viajar de moto atrai os outros, que já chegam fazendo amizade. O que mais ouvimos quando falávamos do destino era “Vocês são doidos?!?! Estão indo de motooo? Sozinhos?! E as malas???” 😛
Bom, saindo de Valadares, um casal de carro indo pra São Mateus/ES perguntou sobre o caminho pra gente (estávamos perdidos também). Nos encontramos pela estrada toda até São Mateus, e lá, enquanto estávamos descansando, o moço viu a gente e parou para conversar. Ele vinha de Roraima de carro, com a mulher e toda a bagagem (incluindo um barco na carretinha :O). Estavam há 5 dias no carro! E a gente ali só há 1 dia na moto e já mortos… 😛
Nesse ponto (na verdade muito antes), começamos a sentir as dores da viagem e a parar com muito mais frequência (tipo de meia em meia hora). Chegamos em Vila Pavão, na divisa com ES, e quase dormimos por lá, pois estávamos simplesmente mortos.
A cada parada era uma sessão de alongamento ou de sentar no meio fio parecendo um indigente, olhando pro nada e pensando na próxima parada. Como a falta de experiência era muita, achamos que 600 km era fácil de aguentar de moto. Imagina…
Tivemos que ser muito fortes pra conseguir chegar em Conceição da Barra, em torno de 19h. Começamos a procurar por pousadas e essa foi a mais difícil de encontrar de toda a viagem. Por já estar tarde e ser sábado, algumas estavam cheias e os preços estavam bem altos.
Acabamos ficamos na Pousada São Silvestre, pagamos R$ 95 a diária com café da manhã (o mais fraquinho de toda a viagem). Era bem simples, mas pra passar a noite estava tudo lindo (e no nosso estado, parecia até 5 estrelas).
Pausa para um desabafo às garupas de primeira viagem:
Quando entrei no banho, o desespero tomou conta de mim e comecei a pensar na loucura que estava fazendo: estava imunda, com fome, cansada, com sono, minhas malas eram baús, a minha única calça jeans estava acabada com um dia de viagem e eu estava incapaz de sentar numa moto de novo! E tinha mais 19 dias pela frente! Usando todo meu autocontrole (só que não) expliquei pro Adriano que não tinha a menor condição de ir para Dunas de Itaúnas no dia seguinte, como planejado (eram 20km de estrada de chão).
Fim do desabafo.
Acabamos ficando o dia seguinte na praia central de Conceição da Barra, mas não gostamos muito do lugar. Estava quente, não tinha nenhuma sombra, só uma faixa de areia enorme entre a água e as barracas, e aí entramos no mar só de tardezinha.
Nada paga o arrependimento quando descobrimos que a água estava quentíssima, talvez a mais quente de toda a viagem! Não se deixe enganar pela falta de beleza da praia =P
Mais recuperados depois de duas noites descansando, saímos de Conceição da Barra na segunda, rumo a Arraial D´Ajuda, na Bahia.
Dicas para viajar de moto
- Mesmo que você, piloto, não esteja cansado, pare pra garupa esticar as pernas também 🙂
- Tente parar a cada 60km pelo menos se a viagem for muito longa;
- Não confie só no GPS;
- Se você for sair cedo de uma pousada, antes do horário do café, explique pro dono e veja se ele faz um desconto no preço da diária.
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